22.10.11

Permita-se.

Todos vão me magoar. Principalmente as pessoas que eu mais amo. Mas eu não vou e não posso deixar de escrever. É só assim que eu me liberto, me solto e me sinto leve e em paz. Eles vão me decepcionar e estarei escrevendo. Vão me fazer chorar de rir e eu, sempre escrevendo, com minhas pinturas também me acompanhando. Desato os nós da minha garganta desenhando estes desenhos nada bem desenhados. Minha fantasia é o traço colorido e minha fórmula é a palavra, por mais complexas que sejam minhas frases. Faço tudo por intuição. Meu caminho não é aconchegante, a não ser quando surge uma caneta e um papel em branco, odeio vazios. Minha covardia se transforma em coragem num piscar de olhos e quando o mundo me devora, eu fujo, sem rumo, de preferência. Eu voo atrás dos meus desejos. Sigo as trilhas das minhas linhas curvadas e escritas e, que se dane a distância que ela percorre. Meus detalhes fazem total diferença na minha vida, na minha suposta pose. Detalham meu foco desconcentrado. Giro, danço, transbordo simpatia e desfruto minha inspiração. Minha ingenuidade já fechou meus olhos, mas não perdi nada, ninguém perde por viver uma vida ingênua. Meu descontrole não tem explicação e meu equilíbrio não existe. É sério, sou completamente desequilibrada. A magia presente é colocada nos meus papéis. Minha vida não é um ensaio e eu não pretendo ficar em silêncio, ele é incerto demais. Que minhas letras e minhas cores nunca escapem das minhas mãos e que me mantenham desequilibrada, descontrolada e desconcentrada do que escrevo. Permita-se ser estranho.

13.10.11

Sede de ser.


Posso enfrentar tudo e, ao mesmo tempo, nada. É estranho. Enfrento tudo e acabo com nada. Enfrento nada e aparece tudo. Se enfrento tudo, perco todas as coisas boas. Se enfrento nada, ganho todas as coisas ruins. Dúvida cruel. Não quero ser indecisa, mas sou, e isso me devora por dentro. Se tento ser eu mesma, eu choro por não quererem que eu seja assim. Se eu tento agradar a todos fingindo ser algo que não sou, eu choro por ter sede de ser quem eu realmente sou. Minha vida está lotada de confusões e eu não sei lidar com nenhuma delas. Queria viajar sem passagem de volta pra bem longe, mas não posso largar tudo, algo me segura, me prende. Queria viver minha vida de verdade, pensar menos, agir mais, enfrentar... Enfim, queria poder ser eu mesma sem causar sofrimentos aos outros. E à mim.

8.10.11

A falta de um sorriso.


Sinto falta do que já é passado e não volta. Por que a pessoa que mais me ama não me apoia e não me dá o ombro? Eu preciso chorar. Acontece tantas coisas que me fazem desabar. A minha consciência sempre pesa, mas parece que a dos outros nem existe. O meu sentimento adora ficar martelando na minha cabeça e eu fico presa, mesmo sem ninguém me segurando. Eu tento mudar, mas eu só pioro tudo. Eu tento me libertar, mas algo me impede: o medo. Como eu viro as costas ou levanto a cabeça sabendo que eu vou perder? Não tem como ficar de jeito nenhum. Como eu faço pra pensar em mim? Como eu liberto minha alma? Alguém sabe explicar ou pelo menos entende as minhas palavras malucas? Quero voltar a sorrir sem pensar nos outros. Eu já pensei demais.

4.10.11

Necessidade de mudança.


Eu tenho toda a culpa de estar me sentindo assim. Não dei prioridade a mim e me preocupei demais com o meu amor. Eu exagerei. Embora nada tenha sido superficial, cheguei a pensar que era. Determinei o que meu coração deveria determinar. Entendi isso e acabei me ferrando um pouco, ou muito. Foi uma trajetória completamente semelhante, já que meu coração e minha cabeça estavam unidos e queriam a mesma coisa, ou seja, eu ia me sentir assim de qualquer jeito. Perdi a razão quando eu desejei ser eu, escolhi o corpo errado. Talvez o coração inadequado também. Eu dei proteção ao amor e esqueci de me defender. Fui alimentada de sonhos e artifícios pela junção do pensamento e do sentimento. Encantei-me exacerbadamente. Perdi o juízo e fiquei no escuro sem uma lanterna para me auxiliar, inconsciente. Fui incapaz de fazer tudo voltar, mas tentei. Tentei demasiadamente. Eu quis demais e nem disfarcei. Eu me humilhei e me adaptei a ser assim. Não fiz o mínimo esforço pra me resgatar e me rejeitei, além dos outros terem feito isso antes. Não fui insensata momento algum. Fui fiel como um cão é com seu dono. Eu zelei pelo meu dono. Adotei um mecanismo do fracasso que vou levar pro resto da vida. Percebi minha esperança chegando e vi a ameaça dela acabar. Causei explosões na minha vida e joguei muita coisa pela janela. Mas eu vou me curar, mesmo pensando ainda mais no meu amor.